Não é só stand-up. É um reflexo.
Uma autoanálise irónica, quase desesperada, embrulhada num saco de plástico. Uma máscara, um filtro, a mimetizar o que vemos e, sobretudo, o que queremos mostrar.
Salvador Martinha regressa aos palcos para virar este saco de plástico do avesso: banal, transparente, mas carregado de histórias e quase transcendental: um holográfico que muda de tom com o ângulo, tal como a ideia que temos de nós próprios. É introspectivo, mas não hermético; entre humor cru e autoanálise, a aura projeta-se: provocadora, mutável, sempre jovem.
Ou quase.