
Na próxima edição do Festival do
CCP, que se realiza entre 28 de junho e 7 de julho de 2022, a direção Clube propõe uma reflexão sobre o papel da criatividade, das marcas e da comunicação
em tempos convulsos como os de hoje.
"Teremos sempre Marte" é
o tema, uma chamada de atenção para a necessidade de imaginarmos e criarmos o
futuro que queremos.
"Muito se fala nos milhões
investidos por Musk e Bezos em viagens interplanetárias quando há tantos
problemas por resolver na Terra. Basta olhar para 2022: pandemia, guerra,
refugiados, desigualdades, fome, escassez de recursos e os desafios da
sustentabilidade a sobrevoar todos eles.
Mas a verdade é que a tecnologia
nasceu para resolver problemas, ou assim foi desde que descobrimos como fazer
fogo.
E agora? Será que a tecnologia vai
ser capaz de nos salvar de uma guerra nuclear ou da crise climática?
São o metaverso e a web 3.0 uma
solução para um problema real ou são só mais uma viagem de escape a outro
planeta?
Enquanto criativos na Europa do século XXI, acreditamos que só os valores
humanistas, a comunicação e o entendimento do outro poderão encontrar
soluções para os problemas complexos que vivemos. E a tecnologia pode
ajudar-nos nessa tarefa.
Mas também acreditamos que este é o momento de perguntar: que papel ocupam as
marcas nesta visão do futuro que todos os dias está a ser construída? Onde
fica o ativismo? Serão as marcas verdadeiros atores sociais ou, quando decidem
boicotar um país invasor ou falar de uma iniciativa verde, estarão apenas
a querer lavar a sua imagem?
Caminhará o mundo para uma nova cortina de ferro? Uma era pós-globalização? E
que papel terão aí as marcas e a comunicação?
O que é a verdade e a pós-verdade? O que é propaganda e o que é
publicidade?
Nunca foi tão relevante estabelecer estas fronteiras e lutar por uma ética
forte na profissão, nunca foi tão importante termos claros os
valores segundo os quais atuamos.
Mas também nunca foi tão importante sonhar e imaginar.
Nesta Semana Criativa de Lisboa, faremos muitas perguntas, enquanto criativos
de marcas, publicitários, designers e comunicadores, e procuraremos
algumas respostas. Só assim nos entenderemos, acreditamos.
Caso contrário, teremos sempre
Marte.”
Nesta 24.ª edição do Festival, a Direção do Clube apresenta uma programação com
a Gala e a entrega de prémios a realizarem-se de novo presencialmente, demarcando-se assim de dois anos de confinamento onde os
eventos se realizaram online.
Os nomes dos presidentes e grupos
de júri são comunicados brevemente.
24TH
CCP Festival 2022
We'll
always have Mars
There's a lot of talk about
the millions invested by Musk and Bezos in interplanetary travel when there are
so many problems still to be resolved on Earth. You just have to look at 2022:
pandemic, war, refugees, inequalities, hunger, shortage of resources with the
challenges of sustainability hovering over all of them.
But the truth is that
technology came into existence to solve problems, that's how it's been since we
discovered how to make fire.
What about now ? Could It be
that technology will be able to save us from a nuclear war or a climate crisis?
Could metaverse and web 3.0 be
a solution for a real problem or are they just another means of escaping to
another planet?
As creatives in 21st century
Europe, we believe that only through humanist values, communication and
understanding of others may we find solutions for the complex problems we're
experiencing. And in that task, yes, technology can help us.
But we also believe that this
is the time to ask: what role do brands play in this vision of the future that
is being built every day? Where does activism come into it? Are brands the real
social players or when they decide to boycott a country that has invaded
another or talk about a green initiative, are they just trying to whitewash
their image?
Is the world heading towards another
iron curtain? A post-globalisation era? And what role will brands and
communication play?
What is the truth and the
post-truth? What is propaganda and what is advertising? Setting these
boundaries and fighting for strong ethics in the profession has never been so
relevant; being clear about the values we abide by has never been so important.
But dreaming and imagining
have also never been so important.
During this Lisbon creative
week, we'll ask a lot of questions, as brand creatives, ad people, designers
and communicators, and we'll seek some answers. We believe that's the only way to
get along.
Otherwise, we'll always have
Mars.
Susana Albuquerque, President
Clube Criativos Portugal
IMAGEM GRÁFICA

A Direção lançou um convite ao
Designer João Faria da Drop, para a criação da entidade
gráfica do Festival 2022.
"A proposição limite
apontando para Marte repõe a questão da ilha deserta (entretanto desaparecida
debaixo de água): o que levar para o planeta vermelho? A resposta (só) pode ser
a de levar tudo, não deixar nada para trás. A impossibilidade na
impossibilidade, recusando trocar esta Terra por outra qualquer.
Da
construção, nota particular para um pormenor. Nas tentativas para encontrar uma
representação certeira do planeta, surgiu a oportunidade de homenagear Shigeo
Fukuda, designer que tão bem soube refletir graficamente sobre valores
universais, tais como a paz, num momento em que Hiroshima retorna a assunto do
dia.” divulga João Faria.

fotografia de Pedro Lobo
Bio João
Faria
Licenciado em Design de
Comunicação pela ESAD/Escola Superior de Artes e Design, exerce a atividade de
designer gráfico desde 1993. É designer e diretor criativo da Drop, gabinete
que fundou em 1996, especializando-se no desenvolvimento de identidades visuais
e edição gráfica na área de produção cultural, principalmente para eventos ou
publicações relacionadas com teatro, música, cinema ou arquitetura.
Colabora desde então com várias
instituições públicas e privadas, entre as quais a Câmara Municipal do Porto, a
Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, a FNAC, a EMI-Valentim de
Carvalho, o Ministério da Cultura e a Trienal de Arquitetura de Lisboa. Foi
responsável pelo design gráfico do Teatro Nacional São João entre 2003 e 2010.
Desde 2006, função que agora exerce no Curtas Vila do Conde, Festival
Internacional de Cinema. Nos anos mais recentes salienta-se o design de livros,
em particular para a Dafne Editora, Livros de Arquitetura.
O seu trabalho foi selecionado para várias exposições internacionais,
nomeadamente para o Festival International de l'affiche et du graphisme de
Chaumont (1999, 2006, 2007, 2008, 2009), França; The Chicago International
Poster Biennial (2010), EUA; e International Invitational Poster Biennial -
MUIP (2012), Turquia.
Leciona na ESAD desde
1996.
DATAS IMPORTANTES DO FESTIVAL:
Desconto de 10% Early Bird: até 27 de abril
Deadline inscrições: 7 de junho
Prazo para entrega de peças físicas: 14 a 24 de junho
Votações presenciais: 28, 29 e 30 de junho
Gala de apresentação de premiados: 7 de julho
Agências, Estúdios e
Produtoras podem inscrever-se na plataforma online.
Relacionados