2025 Leituras de Verão: sugestões de criativos para criativos
2025 Leituras de Verão: sugestões de criativos para criativos
21 de Julho de 2025
Leituras de Verão: sugestões de criativos para criativos

Prestes a entrar na silly season, é tempo de abrir espaço na mala para as boas histórias.

O Clube lançou o convite a autores e criativos para as sugestões de leitura para este verão. Conhece os melhores livros para devorar ao sol.

2025 Leituras de Verão: sugestões de criativos para criativos

Sugestões de Hellington Vieira
diretor criativo na TWDC, investigador e escritor

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“A Palavra que Resta”, de Stênio Gardel

O livro parte de uma carta jamais lida, guardada durante mais de cinquenta anos por um homem analfabeto. Trata-se da relíquia de um amor de juventude que foi brutalmente interrompido. Uma história contada numa narrativa magnética, escrita com elegância e sensibilidade.

“A Louca da Casa”, de Rosa Montero

Para quem escreve ou deseja escrever, este livro pode ser delicioso. Inspira e ajuda a desbloquear. A leitura é leve e divertida, por isso pode ser uma boa escolha para o Verão. Como complemento, recomendo o podcast “Sala de Escrita”, no qual participo em alguns episódios como entrevistador e guionista, em conversas com escritores e escritoras sobre vários assuntos à volta da escrita.

“A Vida Não é Útil”, de Ailton Krenak

Com linguagem acessível e reflexões profundas, este livro propõe uma revisão urgente dos nossos modos de vida. Pode ser uma leitura ideal para as férias, quando geralmente estamos mais próximos da natureza.

Que sejam ótimas férias, a cada dia, a cada página.

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Sugestões de Marta d'Orey
redatora e escritora

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Sabendo que, por vezes, as férias dão mais trabalho a gerir do que a rotina, procurei histórias curtas e simples, mas igualmente poderosas.  Entre o sem fim de álbuns ilustrados da minha estante, deixo-vos as leituras que recomendo para todos os criativos que andam à solta este verão:

"Como ver coisas invisíveis", de Isabel Minhós Martins e Madalena Matoso
Um livro que nos leva a observar as várias etapas de um processo criativo e a explorar o que é, de onde vem e para que serve a imaginação. Será que se aprende? Será que se herda? Será prima da criatividade? Onde nos leva? Guiados por devaneios, estudos e exemplos práticos, aprendemos a distinguir uma boa ideia de uma menos boa e o que fazer quando não há ideias. 

"Cigarra", de Shaun Tan
As férias são para aproveitar. Para aproveitar o sol, o tempo, o nada e, já agora, para aproveitar pensar onde queremos chegar. Esta história sobre uma cigarra que trabalha todos os dias úteis num escritório cinzento com gente que não reconhece o seu valor e que, com um golpe de asa, se liberta, parece-me pertinente. Pode ser que, depois de a ler, não tenhamos de esperar pela reforma para sentir felicidade.

 "Tão simples", de Alex Nogués e María Elina
Um álbum maravilhoso que nos inunda com as formas, as cores, os sons, os cheiros, as texturas e os sabores com que a vida nos rodeia, e nos dá uma nova oportunidade para nos deixarmos surpreender. Página a página, descobrirmos que tudo pode ser novo e eterno ao mesmo tempo.

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Sugestões de Gonçalo Santana
escritor e consultor criativo

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"Adam", de Gboyega Odubanjo
Faber, 2024
Poeta Inglês de 30 anos, umas das vozes mais talentosas da nova geração da poesia escrita em inglês. Musical e ritmado, sagaz e actual. 

"Pink Dust"
, de Ron Padgett
NYRB/Poets, 2025
O meu poeta favorito. Um dos maiores poetas americanos vivos. O espanto com os detalhes do mundo, o humor, a delicadeza construtiva nos poemas. Memórias que se misturam com o presente ou a beleza do pó rosa das borrachas que apagam palavras.

"How to read water", de Tristan Gooley
Sceptre, 2017
Um estudo do comportamento da água dos rios, lagos e mares. Um fascínio de observação, atenção e poesia. Um dicionário do diálogo invisível que temos com os corpos de água. Para alguém que ama a água como eu, um absoluto tesouro. 

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Sugestões de Marta Hugon
compositora e escritora

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"Vermelho Delicado", de Teresa Veiga
Edições Tinta-da-China, 2024
Saíu já há cerca de um ano, este "Vermelho Delicado", livro de contos muito aguardado, como tudo o que Teresa Veiga põe cá fora, facto para o qual contribui não só a qualidade da sua escrita como a aura de mistério que a rodeia - e que está também presente nos seus textos. Tinha já lido "História da Bela Fria", "Uma aventura secreta do Marquês de Bradomín" e "Gente Melancolicamente Louca", que também aconselho vivamente. "Vermelho Delicado" é um livro de contos, com sete histórias desconcertantes, cada uma à sua maneira. Os contos de Teresa Veiga são uma espécie de embrulho surpresa que vamos desatando com crescente expectativa e ansiedade. Não falo do efeito suspense, tão comum nos best sellers mais ou menos requentados dos dias de hoje, mas antes de uma inquietude que chega a roçar o desconforto e que não nos deixa largar a narrativa até ela se encerrar. E nada nos garante que o final seja claro e que venham respostas para os mistérios que ela cria. O mais provável é ficarmos a empreender no destino dos personagens que saltitam entre a inocência e a perversão, como se o universo do prazer se dilatasse para lhes dar sentido. A escrita de Teresa Veiga para mim vive dessa ambivalência e de histórias que poderão um dia fazer parte dos nossos sonhos... ou dos nossos pesadelos. O primeiro conto, "A Estalagem de Aldebarã" é, por todas estas razões, o meu preferido.

"Espanha", de Jan Morris
Edições Tinta-da-China, 2016
Trazido da Feira do Livro para as leituras de Verão, este "Espanha" é mais uma pérola da autora de "Veneza" e "Haav", entre tantos outros títulos dela que me fizeram querer viajar mais longe. É um retrato do país de nuestros hermanos, publicado logo após a morte de Franco e por isso, um retrato bastante datado. Jan descreve um país vibrante em colorido e som, presente nos clichés turísticos de hoje, mas ainda com uma natureza rural profunda, que no resto da Europa (excepto em Portugal) estava já em desaparecimento. Morris está deslumbrada com a arquitectura e a história do país e bastante entusiasmada com a falta de contenção dos hábitos espanhóis, que acaba por contagiar as suas descrições do gótico e do burlesco que vai encontrando pelo caminho, da Andaluzia à Galiza. Está apaixonada e não esconde a sua falta de distanciamento, mas espanta-se também com a pobreza extrema que vai descobrindo. Encontrei por isso neste "Espanha" um retrato reflexo do Portugal dos anos setenta de que me lembro, e em que embarquei com nostalgia e curiosidade, já que de Espanha conheço apenas Madrid, Barcelona, Salamanca e Soria, onde fui cantar no século passado. Saí da viagem com uma enorme vontade de passar a fronteira para descobrir o que resta desta Espanha.

"Diário de um Fescenino", de Rubem Fonseca,
Companhia das Letras, 2003
Comprei esta edição no Rio de Janeiro há 20 anos, ainda no tempo em que escrevia datas nos livros e os assinava, para garantir que não me fugiam num qualquer empréstimo indecoroso. Existe na FNAC e na Wook, noutras edições. Penso que na altura terei lido várias coisas de Rubem Fonseca (Agosto; Vastas Emoções e Pensamentos Imperfeitos; Axilas e Outras Histórias Indecorosas), pelo que terei, como é meu hábito, continuado obsessivamente à procura de outros títulos do autor e que este me terá despertado curiosidade por não conhecer a palavra. Fescenino (do latim fesceninnus): que ou o que tem carácter obsceno, licencioso, difamador, devasso. Escrito na primeira pessoa, em jeito de diário confessional que se vai transformando em novela rocambolesca, peguei-lhe apenas agora. Rubem Fonseca brinca com a confusão entre a identidade do autor e os seus personagens de ficção, num jogo com o leitor que somos nós, jogo esse que lhe deve ter dado um gozo danado. É um belo exercício de estilo, despretensioso na sua aparente pretensão, politicamente incorrecto e muito divertido. O narrador, escritor de sucesso caído em desgraça, dispara citações literárias à medida que acumula aventuras amorosas em consonância com o título, qual Perry Mason de Copacabana que se decidiu finalmente a comer a secretária, a sua irmã e a mãe dela. Mas apesar daquilo que parece, Rubem Fonseca é sempre um caso sério, em qualquer coisa que escreva.

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Sugestões de João Almeida Santos
redator criativo senior na BBDO

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“E se o futuro for hoje?”, de Luís Perdigão
Porque o futuro está mais perto do que pensamos. Este livro não é apenas uma pergunta — é um espelho virado para as nossas ansiedades contemporâneas, como um episódio piloto de uma distopia suave. Já foi recomendado por outros colegas, mas para mim é um daqueles que se deve ler em caso de emergência.

“medicin.”, de António Poppe
Não é só efeito placebo - é uma leitura que nos cura. Uma viagem poética que não se lê, mas que nos transcende. Poppe escolhe as palavras como um griot que nos sussurra ao ouvido, onde cada página pode ser um chá quente ou uma chapada de silêncio. Ideal para desacelerar, reconectar e talvez entender que a medicina mais urgente é escutar-se por dentro.

“Mizé – Antes galdéria do que normal e remediada”, de Ricardo Adolfo
Há que dar voz a quem diz “foda-se” com propósito. Um retrato afiado e tragicómico da mulher portuguesa que não encaixa no molde — e que, por isso mesmo, o parte. É leitura que racha certezas, com gargalhadas entre as linhas e um sentido de dignidade por definir. Mizé não é uma personagem — é um estado de espírito.

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Sugestões de Alex Couto
redator criativo senior na Bar Ogilvy e escritor

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"Os Detectives Selvagens", de Roberto Bolaño 
O Verão é para os calhamaços. E para as viagens. Este livro cumpre ambos os pedidos. A história de Ulises Lima e Arturo Belano dura vinte anos e seiscentas páginas. É assim uma das melhores coisinhas que alguma vez li (e eu tenho lido). 

"A História Secreta", de Donna Tartt 
Calor, né? Então vamos até Hampden College apanhar uma correntes de ar e uns calafrios. 
A obra de estreia invulgarmente excelente da norte-americana Donna Tartt é viciante. No final, ouvi o podcast Once Upon a Time... In Bennington College (para contexto). 

"Feliz Ano Novo", de Rubem Fonseca 
Como estou a escrever estas recomendações a partir do Brasil, deixo português do Brasil. Este conjunto de 15 contos brutalmente violentos são o tipo de leitura que pede mergulho no fim. 

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