
Sendo hoje o CCP a única associação que agrega toda a classe criativa, tornou-se premente não apenas premiar o trabalho que esta produz, mas apostar numa verdadeira comunidade. E esta, na verdade, só é possível se assumirmos o clube como uma plataforma para o encontro de profissionais, de experiências e de inspirações cuja expressão se torne relevante para o trabalho produzido e para o mercado que nos acolhe.
Sobre esta premissa, o Clube lança anualmente uma temática que consubstancie a reunião de pares, lançando, assim, curadorias assentes em algumas das disciplinas mais importantes para o desenvolvimento e crescimento de ambos, trabalho e comunidade criativa.
Artes, Letras, Filme, Tecnologias, Ilustração, Fotografia e Música são as áreas definidas para 2016.
BIOGRAFIAS CURADORES
JORGE SILVA / ILUSTRAÇÃO
Jorge Silva, 55 anos, é designer editorial e diretor de arte de publicações periódicas. Foi diretor de arte e designer do Combate, jornal da extrema esquerda trotsquista, de 1978 a 2003. Ali aprendeu a trocar as voltas gráficas à ortodoxia da comunicação partidária. Em 1985, participou na aventura da revista Contraste, onde viu as suas primeira ilustrações impressas. Graças ao Combate, foi convidado para diretor gráfico d’ O Independente em 1991 e por lá ficou até 2000, publicando no jornal de direita alguns dos melhores ilustradores de esquerda da década de noventa. Ainda em 2000 desenhou para o Público os suplementosY e Mil Folhas, dos quais fez a direcção de arte nos anos de 2000 e 2001. O Mil Folhas, especialmente criado para a ilustração editorial, teve capas magníficas e magníficos prémios da SND americana. Em 2002 transitou para a revista Pública onde ficou até ao final de 2004. Entre 1998 e 2005 foi cúmplice de João Paulo Cotrim na Bedeteca de Lisboa e no seu Salão Lisboa, mostra anual de banda desenhada e ilustração. Comissariou alguns e desenhou todos os seis catálogos da Ilustração Portuguesa e muitas edições sobre ilustração, cartune e banda desenhada. De 2007 a 2011 foi diretor de Arte do Grupo Leya onde aprendeu que o negócio dos livros já não é o que era. Em 2001 abriu a silvadesigners, que ao longo dos anos, vem incorporando regularmente a ilustração editorial nos projetos e práticas do ateliê, da newsletter empresarial ao branding cultural. Desde 2011, o atelier é colaborador da Ilustrarte, salão bienal de ilustração para crianças. Em 2011 criou o blogue Almanaque Silva, onde vai desfiando histórias da História da ilustração portuguesa e a secretíssima e adiada ambição de a imprimir em papel.
PEDRO FERREIRA / FOTOGRAFIA
Trabalhava apenas há algumas semanas na agência Ciesa NCK, quando Helena Carvalho, a DC que decidiu que eu tinha algum talento, perguntou-me o que achava da profissão. “É interessante e sobretudo divertido” foi a minha resposta naïf. A resposta de alguém que tinha aterrado na publicidade vindo de um emprego precário a recibos verdes numa revista chamada Grande Reportagem, de um curso técnico de publicitário e de outro de desenho.
Uns meses depois, fui para a Ogilvy&Mather da Rosalina Machado e do António Reis. E Amesterdão nos anos de 92, os tais da livre circulação de pessoas, com breve passagem na Ondernemers e alguns freelances para a Hakuhodo. O regresso a Portugal foi para a Young & Rubicam. A do José Eduardo Cazarim e da Vera Nobre da Costa, e sobretudo de todos os talentosos criativos que faziam parte dessa Young.
Seguiu-se a Nova Publicidade, e atentativa de uma agência portuguesa conseguir rivalizar com as grandes multinacionais, passo dado com a Judite Mota e o Eduardo Martins e uns tempos mais tarde o Zé Ricardo Cabaço. Foram os anos 90 com uma energia que mostrava que a publicidade portuguesa podia competir e por vezes brilhar nos festivais internacionais. Depois do projecto da Nova, chegou o desafio da Bates – alguns ainda diziam Boom and Bates. A Bates da 5 de Outubro, a das Docas e a da fusão com a Y&R.
Evoluí de Estagiário para Maquetista, de Visualizador (chamava-se assim porque “director de arte” parecia que era director de alguma coisa) para – agora sim – Director de arte, Art director, Head of Art, Director Criativo, Director Criativo e Partner e, finalmente, Director Criativo Executivo e Partner.
Foram duas décadas de noitadas, de stress, de família deixada para trás, de viagens em trabalho e de férias alteradas. Mas também foram duas décadas de incontáveis festivais. De muitas marcas, produtos e serviços. De brainstormings com pizzas, deadlines e ideias alteradas à última hora. De produções, castings e reuniões. Sempre demasiadas reuniões.
Foram ainda os anos do inicio do CCP, da tentativa de recriar um clube que valorizasse a nossa indústria e que reunisse os melhores criativos e as principais agências. Muitas reuniões do ADCE, júris de festivais e jurados. Foram horas e horas com amigos que têm a mesma paixão e também de alguns que por cá andavam apenas porque se ganhava dinheiro fácil. Nunca foi fácil na minha opinião. Mas pelo menos continua a ser interessante e divertido.
JOSÉ PEDRO SOUSA / FILME
É realizador, é o elemento do júri repetente no FFF e um nome bem conhecido dos Portugueses. Licenciado na Escola Superior Artística do Porto, cedo percebeu que é na área da publicidade que se sente mais confortável. Exerce, atualmente, funções na produtora Ministério dos Filmes e a sua carteira de clientes conta com Marcas como a Zon, BES, Azeite Gallo, Água das Pedras, Optimus, TMN e PT, além da Super Bock e Galp.
MARCO DIAS / ARTE
Chamo-me Marco.
RICARDO HENRIQUE / LETRAS
// Letreiro publicitário e editorial
Lisboeta desde sempre, herdou o gosto pelo desenho via paterna e o gozo da escrita via uterina. Já fez design de comunicação e nunca viaja sem diários gráficos. Após 10 anos como redactor publicitário em agências tornou-se franco-atirador, tendo colaborado com a 72&Sunny Amsterdam, Golo Moçambique e vários clientes diretos. Quando criou o Projecto 2 Faces e um político íntegro de bigode — o Presidente Honesto — ficou viciado no acto de ir para a rua perguntar. Escreveu para a revista “Alice”, o jornal da discoteca Lux e um blog de comida. É, desde 2011, editor da revista Cofre, onde fala sobre memes e faz reportagens. Organizou, numa parceria Clube de Criativos e Festival Pop Up, o ciclo Das Sopas Campbell ao Mashup de Marcas. Em 2012 lançou com André Letria, o livro Mar, edição Pato Lógico.
O Objecto, de Ary dos Santos, é o único poema que sabe de cor.
SONJA CÂMARA / MÚSICA
Designer gráfica e promotora/Dj no colectivo Fungo cujo trabalho é centrado na produção de diferentes projectos na área da música e dos media.
Em 2014 fundou a editora LABAREDA e cujo primeiro release, “Xina Eletronica”, vol.1 é uma colectânea de música experimental e electrónica feita na China.
JOÃO FERNANDES / TECNOLOGIA
João Fernandes é um criativo Português que trabalha em design e publicidade há mais de 20 anos.
É actualmente Chief Creative Officer da Isobar, para o mercado Português e Espanhol, com responsabilidade directa sobre os escritórios de Lisboa, Madrid e Barcelona..
O seu percurso, desenvolveu-se a em paralelo com o meio digital, aquele onde desenvolveu grande parte do seu trabalho.
Formado em Computer Sciences, trabalhou como art director e posteriormente como associate creative director na Euro RSCG Cyberlab, antes de fundar em 2000 a VIEW, agora parte do network Isobar.
Durante a sua carreira conquistou vários prémios em festivais em todo o Mundo, nestes incluem-se: The New York Festival, London International Advertising Awards, Cresta Awards, Etc…
Já por 4 vezes conduziu a sua agência ao título de Agência Digital do Ano pelo Clube de Criativos de Portugal e conquistou em Portugal vários prémios de eficácia.
A par da sua actividade como criativo, é frequentemente convidado a participar como orador e júri em eventos em todo o Mundo e ainda a participar em colaborações especiais com Universidades.
https://antigo.clubecriativos.com/ccp/curadores/o-projecto/
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Quarta-feira,
6 de Abril 2016

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