Na visão de Ivo Purvis, as agências nacionais estão a abordar cada vez mais os briefings que têm em mãos com respostas transversais e globais. Dessa forma, afirma, estão a desenvolver projetos que não são só percetíveis nos seus países de origem, e ao mesmo tempo a criar oportunidades de negócio pelo mundo inteiro.

Uma tendência que, segundo o vice-presidente do CCP, pode ser fruto do momento que Portugal atravessa que faz com que haja uma maior ligação a várias nacionalidades. "O mundo afinal também nos quer ouvir e reconhece o nosso valor, não apenas como produtores mas também como criadores", afirma.

Apesar dos oito leões nacionais, Ivo Purvis não considera que a criatividade esteja a mudar, mas sim que a coragem esteja a aparecer. "As ferramentas que existem à nossa disposição são praticamente as mesmas que há 8 anos, assim como os ensinamentos que lemos e ouvimos", concretiza.

O que acontece é que, na opinião de Ivo, as agências estão a abordar as marcas com um pensamento global e isso pode ser encarado como retoma ou mais acertadamente como o começo de uma nova era. Um resultado que, segundo o vice-presidente do CCP, "ajuda a cimentar mais o reconhecimento do talento criativo nacional e prova que é possível criar projetos para o mundo sem nos vermos obrigados a mudar de país".

Os prémios vêm, diz, comprovar que a criatividade nacional "está viva e até se recomenda". É que, até antes de ganharem leões em Cannes, grande parte dos projetos vencedores já eram falados no contexto internacional.