
NUME é uma instalação que nasce do fascínio pelo céu
noturno, pelas estrelas, pela lua e por todo o estranho imaginário do cosmos.
Visualmente segue os primeiros passos dum viajante em direção ao sol dentro do
seu traje espacial, que lhe permite deambular na zona
dos mistérios. Um espaço que imaginamos cheio de objetos, planetas, solos,
mares e montanhas. Visualiza-se o corpo de um espaçonauta, ele é livre de ter
género, de ser político ou ético, de ter moral e fé. Apenas veste o capacete e
vai viajar, ver e sonhar. É esta a imagem, na qual se
encontra o fundamento para o conceito contextual e visual desta peça: o
astronauta como poeta.
Nessa
viagem hipotética são abordados os paradoxos da vontade de descobrir o espaço e
de fantasiar com a sua consequente designação,
habitação e ocupação. O astronauta passa a ser uma metáfora dos nossos desejos
e medos, ao mesmo tempo que explora ele foge. Um ser que nunca chega porque
nunca parte, um ser preso numa melancolia de ser e já não pertencer à Terra.
Alguém que veste um fato que passa a ser um outro
corpo. Através da sua visão, começamos a familiarizar com esses objetos
cósmicos e ao mesmo tempo sentimos uma expansão da noção frágil o que é a
natureza.
Exposição
2 a 21 de abril, 2022
terça a sábado | 15H às 19H
Inauguração: 2 de abril, 2022 | 16H às 20H
Interfluências: 22 de abril, 2022 | 16H às 18H
Entrada livre
+ info: ruadasgaivotas6.pt
SVENJA
TIGER
Artista visual, figurinista e performer. Na sua
prática artística, explora temas ligados à mitologia
pessoal e cultural, narrativas ficcionais, ficção científica, entre outros. Ela
pesquisa sobre como nossas narrativas privadas estão profundamente enraizadas
na narração de histórias antigas e, inversamente, como
elas têm a capacidade de nos contar histórias íntimas sobre nós mesmos. Ela tem
uma forte necessidade de vincular suas pesquisas em torno dos lugares que
visita, a fim de se envolver com as estruturas, criaturas e fenómenos ocultos
que neles existem. É uma procura e exploração da
existência física e da vida através de como ambos estão interagindo com as
forças invisíveis que os conectam com seus respetivos ambientes e realidades.
No seu trabalho expressa-se através de instalações, fotografia, desenho e performances. No entanto, seu principal meio é o mundo
material dos têxteis, através do qual é capaz de fazer uma releitura dos nossos
corpos e dos significados que ocupam o nosso redor. A transformação e o
reaproveitamento do têxtil servem como espelho para
questões sociais e ecológicas. Na colaboração com outros artistas e músicos
encontra uma fonte indispensável de experimentar e aprender como também um
lugar de desafio insaciável. Entre outros colaborou com Francisco Babo, Irina
Pereira, Polliana Dalla Barba, José Oliveira, Maria
Miguel e Kauê Gindri.
Créditos da imagem
© Svenja Tiger