O Impulso não só está de volta a Caldas da Rainha, como veio para ficar mais tempo, desta vez num formato diferente, mas que lhe é familiar.
Desdobra-se então ao longo de 10 meses, por 10 datas distintas. São mais de 25 concertos e projetos multidisciplinares, que vão beliscando as quatro estações ao longo do ano: a ‘Season Impulso 23’. A primeira metade do programa — de fevereiro a junho — revela-nos uma diversidade de espectáculos que será acompanhada em paralelo pelas sessões do DocLisboa, que volta a pontuar a sua presença assídua nos momentos entre o cinema e as suas conversas.
Tempos de mudança, mas não tanto…
A ‘Season Impulso 23’ destaca-se assim do espírito compacto do festival, fragmentando-se numa proposta mais estendida e que encurta a sua distância com a cidade. A programação ganha fôlego em jeito de temporada, que procura o intimismo que enaltece as diversas camadas da cidade e do seu tecido artístico, a comunidade académica presente e dinamizada pela ESAD.CR e a ligação inclusiva e de sustentabilidade que vem reforçar o município de Caldas da Rainha como uma paragem cultural de relevo para a descentralização. A pluralidade e missão do Centro Cultural e de Congressos da cidade, torna-o no maior aliado de um programa que atenta à frescura, descoberta e experiências marcantes. Sempre que possível, depois de visitada, uma cidade deve ser vivida.
Season Impulso: Um palco para novos palcos
No palco, na plateia, na tela, numa exposição, numa conversa ou num cruzamento de todos estes espaços, a música insurge-se como o elemento agregador, por manifestar-se tão hábil e capaz em exprimir as vozes da vanguarda, as emergentes, as de revolta que contrastam com a lisura do sentimento quotidiano, as línguas e culturas diferentes, discursos entre gerações, traços dos diferentes países, cidades, localidades e de tantos outros lugares interiores ou até inexistentes
As primeiras datas da ‘Season Impulso 23’ revestem-se assim da frescura d’A garota não, nas suas canções intergeracionais que são timoneiras de uma nova intervenção; da sátira emergente de Femme Falafel; da reinvenção do que nos é tradicional pelos Expresso Transatlântico; das vozes infinitas que habitam o corpo de Marina Herlop; dos ritmos quentes que Dino d’Santiago utiliza para aquecer uma luta em que as palavras aproximam diferentes culturas; da folk etérea e sussurrante das Golden Slumbers; da nostálgia sonhadora das canções de Surma; da energia e provocação emancipadora de Trypas Corassão; do caos deliberado e transpirado pelos Hetta; dos caminhos modulares da eletrónica de Nic0 e da pulsação feminina e agressiva que juntam b2b.wav e ELBA.
O Festival Impulso fica já prometido para 2024, inquieto e desejoso em apresentar-se transformado e renovado. Preparam-se muitas novidades, vertigem e imprevisibilidade.
A segunda metade do programa da Season Impulso 23, permanece para já escondida e à espreita. Fiquem atentos às novidades que serão comunicadas em breve. O Festival Impulso fica por isso prometido para 2024, inquieto e desejoso em apresentar-se, transformado e renovado. Preparam-se muitas novidades, com a vertigem e imprevisibilidade de que tanto gostamos.
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