
A exposição “Zé Povinho 1875–2025: 150 anos de sátira, resistência e identidade popular” está patente até ao dia 30 de setembro no Centro Cultural e de Congressos (CCC) das Caldas da Rainha. A exposição conta com a curadoria de Jorge Silva, da silvadesigners. Entrada livre.
Em 14 de junho de 1875, num cartoon político do jornal Lanterna Mágica, um homem de ar apalermado, em traje rural e barba à passa-piolho, faz a sua aparição, tendo inscrito nas calças «seu zé povinho». A personagem assumirá, desde aí, o papel de vítima ideal da governança política, seja ela das esquerdas ou das direitas, da Monarquia ou da República e assumirá, até hoje, o encargo de representar o país e o seu povo. Bordalo não mais deixará a sua genial criatura: Zé Povinho será presença assídua nos seus jornais António Maria, Pontos nos ii e Paródia. Ainda em vida de Bordalo, Zé Povinho contagia a imprensa satírica da época. Outros jornais e humoristas farão dele coisa sua, sem sombra de plágio. A sua condição trágica será confinada a piadas domésticas, sob o olho vigilante da Censura, na Primeira República e na ditadura do Estado Novo, mas voltará a cumprir a sua missão de testemunha e acusador dos poderes públicos com a Revolução de Abril de 1974.
Numa viagem de 150 anos, a exposição integra o Salão Bordallo 2025, evento que celebra os 150 anos do Zé Povinho, com exposições e debates nas Caldas da Rainha.
A exposição revela uma larga seleção de jornais e revistas humorísticas, e originais de grandes cartoonistas como Bordalo Pinheiro, Stuart, José Vilhena, João Abel Manta, António e André Carrilho.
A exposição pode ser vista até 30 de setembro.
Sabe mais