Pela primeira vez, o pintor alemão apresenta uma exposição individual em Lisboa, explorando fragmentos íntimos entre a observação e a memória em "Floating Worlds". Com inauguração no dia 19 de setembro, a exposição está patente na Galeria Nave, em Lisboa, até ao dia 31 de outubro.
O pintor berlinense, que integra o portfólio da Nave desde janeiro, traz a Portugal, pela primeira vez, a sua exploração singular do tempo, da memória e do efémero. Retratando crónicas do mundano e do transitório através de uma perspetiva filosófica e cinematográfica pouco convencional, "Floating Worlds" apresenta uma série de momentos únicos e fugazes que fundem a observação do quotidiano com um corpo de memórias etéreas — tão íntimas quanto os mundos que o habitam.
“Floating Worlds" inspira-se no conceito japonês de Ukiyo, ou "imagens do mundo flutuante," um termo que encapsula perfeitamente a fascinação de Haake por capturar momentos fugazes e transitórios da vida urbana e da condição humana, cristalizando prazeres, tristezas e contingências imprevisíveis. As pinceladas texturizadas e as paletas de cores subtis de Haake criam uma sensação de tranquilidade e introspecção enquanto a sua perspetiva oferece uma visão nova e pungente do mundo que nos rodeia.
Aos 35 anos, o artista explora uma linguagem e plasticidade que transmitem uma observação cinematográfica e uma lente fotográfica audaz, de longo alcance, permitindo-nos entrar numa vista subjectiva só sua, com o intimismo, o erotismo ou o humor/sátira a que nos permite aceder. Aproxima-se figurativamente daquilo que nos pode parecer típico e familiar, mas subverte esses instantes a partir de um ângulo delicado e pouco comum, pelo qual imprime emoção que aqui transcende a superfície e vai além da ação: presta uma atenção detalhista a mundos que colidem diariamente, num processo que explora com sentidos bem apurados, para criar e manter um diálogo simbólico entre as suas experiências e os fragmentos visuais que delas derivam. Daqui, condensam-se subtilmente momentos vívidos, mais viscerais, de ternura, sensualidade/sexualidade ou humor. O seu ponto de vista íntimo imbuí estes retratos com textura, sentimento e escala, partilhando connosco eventos particulares que habitam os seus pensamentos, expandindo emocionalmente qualquer expressão figurativa para uma interpretação poética e quase onírica de enquadramentos que lhe persistem na memória, mas ganham corpo físico ao tornarem-se sujeitos da sua contemplação interior. Espreitamos um estado de sonho, mas que se sente tão real.
Henri Haake EXPOSIÇÃO INDIVIDUAL
FLOATING WORLDS
19/09 - 31/10.2024
INAUGURAÇÃO 19 de Setembro, 18h - 21h30
Galeria NAVE Travessa do Noronha, 11B1250-168 Lisboa