Para dar vida a esta campanha, partimos de um conceito visual extremamente sensível: os números tatuados nos braços dos sobreviventes do Holocausto. Com eles construimos novos números com base em dados atuais sobre o crescimento da extrema-direita e do neo-nazismo. Usámos os números do passado para chamar atenção para os números do presente. O processo de produção foi rigoroso. Para garantir a credibilidade dos números que queríamos comunicar, começámos por realizar uma extensa pesquisa por relatórios oficiais, investigações jornalísticas e estudos académicos de toda a Europa. Só assim foi possível garantir que os dados que usámos eram reais e atuais. Depois, iniciámos um trabalho igualmente intenso de procura e documentação de braços tatuados. Um esforço feito com o máximo respeito, que incluiu também a procura pelos nomes, histórias e identidades de cada uma destas pessoas para garantir que as suas memórias individuais não se perdiam. Cada número foi construído a partir da combinação de diferentes fragmentos de braços tatuados. O resultado final mantém a carga simbólica e a força visual do imaginário histórico, mas traz-lhe uma nova camada de significado: estes não são números do passado, são números do presente. Números que existem porque a História, infelizmente, está a repetir-se.