Um cravo. Uma flor. Um objeto efémero que se eternizou como símbolo inconfundível e irrefutável da revolução pela liberdade em Portugal. Respondemos ao desafio através de uma instalação criativa que homenageia, de forma clara e sentida, o símbolo maior do 25 de Abril: o cravo. Mas quisemos ir mais longe. Para que a Casa da Música não fosse apenas o palco onde a peça habita, oferecemos ao cravo as suas várias faces — as várias dimensões do edifício, da arte e da liberdade. Em cada pétala, uma Casa da Música. Em cada pétala, uma voz que se libertou. O cravo torna-se, assim, uma representação de todas as pessoas que, durante anos, se mantiveram em silêncio. Proibidas de falar, de criar, de ser. E também um tributo a todos os intérpretes, músicos e artistas que, hoje, preenchem a programação da narrativa Música e Revolução — uma programação feita de liberdade, de memória e de futuro. Um cravo que se tornou realidade. Na revolução. No tempo. No espaço. Com uma superfície refletiva, esta peça convida cada pessoa a ver-se na flor. A rever-se na liberdade. A sentir-se parte dos 50 anos de história que celebramos. Para que nunca nos esqueçamos da liberdade que nos trouxe Abril.