Para comemorar o aniversário dos 170 anos do movimento associativo dos industriais gráficos em Portugal, a APIGRAF queria projectar uma edição em dois volumes para ser lançada nas comemorações desta data.
O primeiro volume um livro histórico, documental sobre os 170 anos deste movimento e o segundo volume sobre a relevância da indústria no mundo de hoje e a sua evolução tecnológica. Ambos escritos pela Investigadora Cláudia Figueiredo do IHC - Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, com a colaboração do consultor e especialista em artes gráficas Jaume Casals no segundo volume.  Com fotografias de Paulo Catríca, Ricardo Lopes e Rafael Antunes.
O Objeto projetado é composto por uma caixa de arquivo e dois livros, de cor cinza chumbo, uma alusão aos tipos metálicos de Gutenberg. Com estampagem a quente de cor branca e negra de ilustrações tipográficas compostas com os tipos de letra (Sul Mono e Grifo da R-typography) utilizados nos livros e elementos da identidade visual dos 170 Anos. A chaveta é muito utilizada nestas ilustrações, uma referência histórica de tipografia e design a este elemento como um glifo funcional, mas também ornamental, visto em alguns trabalhos clássicos até ao modernismo de Sebastião Rodrigues.
 
A grelha desenhada para a paginação do livro tem margens generosas com uma coluna para destaques e utiliza os tipos de letra descritos anteriormente num corpo de texto também bastante generoso para poder ser lido pelo largo espectro de idades a que o livro se destina e para mostrar a beleza do desenho dos glifos em que o texto é composto. Grande parte das imagens no primeiro volume são de documentos que constituem, mais do que ilustrações do texto, uma continuação do mesmo, dai serem apresentadas num tamanho quase original para poderem ser lidas. Este foi um pedido feito pela escritora, visto que as imagens de alguns destes documentos nunca foram publicadas e o seu conteúdo é relevante para o livro. Umas vezes belos documentos, outras vezes meras fotocópias a preto e branco ou folhas manuscritas em arquivos digitais de baixa resolução, mas de conteúdo relevante. 
 
O primeiro volume, “170 anos do Movimento Associativo dos Industriais Gráficos em Portugal, 1852-2022”, é dividido em três capítulos e um epílogo. Cada um destes capítulos é impresso a quadricromia mais uma cor direta que marca o período em questão. O layout dos separadores de cada capítulo é desenhado por ilustrações tipográficas de data e tema, compostas por glifos do tipo de letra Grifo. Um especial destaque para o terceiro capítulo, “O tempo condicionado”, que é paginado com a cor azul a traçar todo o texto, uma alusão ao lápis azul do tempo da censura nas publicações e nos grémios das artes gráficas.
Este volume é impresso em papel Arena Natural Rough da Fedrigoni.
 
O segundo volume, “Os Mundos da Indústria Gráfica e Comunicação Digital. 2023-∞”, está dividido em quatro partes. A primeira com um texto da Investigadora Cláudia Figueiredo dividido em três subcapítulos. A segunda com um trabalho fotográfico de Paulo Catrica. A terceira com um texto do investigador Jaume Casals. E a quarta parte com um glossário com QR codes e links de vídeos. Novamente o layout dos separadores é desenhado por ilustrações tipográficas compostas por glifos do tipo de letra Grifo, mas desta vez sobre cartolinas diferentes com os mais variados acabamentos de artes gráficas, desde estampagem a quente plana e volumétrica, corte a laser, relevo seco, verniz localizado e tintas especiais. Sendo este volume uma projeção das artes gráficas da atualidade para o futuro, existiu a necessidade de mostrar uma paleta de possibilidades de acabamentos.
Uma edição produzida em parceria por várias gráficas do sector (Fotomecânica Molográfica, S.A.; Grupo UV; M-2 – Artes Gráficas, Lda.; Manuel Guedes & Guedes, Lda.; Mofitex Etiquetas – Sousa & Fernandes, Lda.; Norprint – Casa do Livro),  juntando diferentes valências da Indústria e empresas associadas à APIGRAF. O seu lançamento foi feito no  Encontro de 2024 da APIGRAF em Braga e depois em outras apresentações no país. 
Chapas e planos de impressão desta edição esteiveram expostos na exposição “Impressões do Quotidiano – Artefactos e processos da indústria gráfica” na Faculdade de Belas da Universidade do Porto, antes da edição do mesmo. Depois de editado esteve exposto em várias iniciativas da APIGRAF e ganhou o grande prémio na categoria de livros nos Prémios Papies, um concurso nacional dedicado ao mundo da indústria das Artes Gráficas.
"A iniciativa e a consequente publicação desta obra, deram cumprimento a um dos objetivos maiores da APlGRAF: o da promoção e divulgação da importância que as indústrias gráficas possuem, desde a sua origem até ao presente. Renovamos, desta forma, a esperança no futuro deste movimento associativo, pois não esmorecerá, estamos certos, a dedicação e devoção dos seus empresários e colegas às causas destes setores, pelo que também nós e os nossos vindouros saberemos estar à altura da situação"
José Manuel Lopes de Castro, Presidente da APIGRAF